Diante do chamado a uma vida fraterna e missionária, a necessidade de uma vivência espiritual sólida, contínua e amadurecida torna-se indispensável. Quem reza alimenta sua intimidade com Deus. Por isso, nossa vida de oração precisa ser zelada cotidianamente, até mesmo quando estamos trabalhando – é preciso santificar o trabalho!
Com seu testemunho de vida, os santos nos inspiram e também nos ensinam a bem viver a nossa vocação; mostrando-nos quão preciosa é a experiência de esvaziar-se de si mesmo para encher-se da presença de Deus.
De São Francisco de Assis, move-nos o profundo desejo de, com a nossa vida, ajudarmos a reconstruir a igreja “pessoa”; desapegando-nos, para isso, de tudo o que nos impede de cumprir o chamado de Deus (sobretudo no serviço aos mais necessitados por amor ao Cristo crucificado), e confiando-nos inteiramente à providência divina. Dele aprendemos um modo de vida simples e modesto, buscando possuir os bens temporais (sem perder o “espírito de pobreza”)com o único fim de enriquecer o Reino de Deus.Além disso, buscamos demonstrar que a vida, a natureza e o próprio homem são providência do Criador, que convida todos a viverem em sadia convivência num mundo marcado pela indiferença. Sua clássica oração, com a qual encerramos os nossos momentos de adoração ao Santíssimo Sacramento,revela-nos a essência do nosso chamado missionário: ofertar a vida em favor do outro, como fruto do nosso encontro com o Mestre; pois “é morrendo que se vive para a vida eterna”.
De Santa Teresinha assumimos (por amor) a via dos pequenos sacrifícios do dia a dia e o espírito missionário que nos impulsiona a não descansar até que todas as almas sejam evangelizadas: “gostaria de correr a terra, propagar teu nome e fincar tua cruz”, diz Teresinha. A seu exemplo, esforçamo-nos sempre por enxergar a presença de Jesus na vida do irmão. É isso que nos impulsiona a superar os nossos próprios limites e a exercer misericórdia sobre os outros, pois entendemos que as “nossas diferenças não nos fazem inimigos, mas irmãos” (Maria Luiza). Nisso consiste o martírio do nosso coração; é essa a nossa renúncia amorosa. Agindo assim, estamos cooperando com a construção e manutenção do nosso bem mais precioso: a fraternidade.
Em Santa Faustina somos convidados a manter uma vida de intimidade com Jesus e a propagarmos o Seu amor misericordioso, suplicando constantemente a misericórdia divina por nós e pelo mundo inteiro. Somos impelidos, ainda, por essa experiência, a motivar todos a confiarem na infinita misericórdia do Pai, a partir do clamor constante com o qual podemos alcançar todas as graças de que necessitamos: “Jesus, eu confio em Vós!”. Seu testemunho também nos incita a confiar no amor salvífico que nos foi dado por Cristo em sua Vida, Paixão, Morte e Ressurreição; permitindo-nos buscar a água e o sangue que brotaram do Seu sagrado coração na cruz, para nos justificar e salvar a todos.
Aceitar os planos de Deus em sua vida e, sem murmurar, exercer a missão que lhe foi confiada por obediência ao seu chamado é um dos grandes ensinamentos de nossa Mãe das Dores; que permaneceu firme aos pés da cruz, recolhendo, para nós, todas as graças da redenção. Além disso, marca a vivência e a mística da virgem dolorosa a atitude de manter a fé e o silêncio perante a dor e os sacrifícios da vida de forma simples, orante e amorosa, a fim de não perder o sentido do sofrimento como propósito de salvação. Queremos, pois, nós também, mantermo-nos aos pés da cruz, não cabisbaixos, mas cheios de esperança; certos de que a aparente derrota não foi (é) o fim. Na Mãe das Dores (mulher forte!), buscamos a têmpera de não cairmos no pecado e nos preservarmos de pé, sem desanimar, crendo no cumprimento das promessas do Senhor em nossas vidas. Seguindo Seu exemplo, respondemos com a própria vida – mesmo em situações contrárias e nas provações. Não desanimamos nem desistimos, porque ela superou todas as tribulações sem pecar.
Ora et labora (Ora e trabalha)! Com essa palavra do patriarca Bento de Nursia, somos motivados a cair em campo tanto para obter o nosso sustento, como para buscar a salvação das almas. A oração deve gerar em nosso coração o desejo de realizar, de forma concreta, algo em favor da obra de Deus. Como nos diz o nosso Fundador: “Não acredito numa santidade que não se traduz em obras” (Leonaldo Cordeiro).